As últimas pesquisas eleitorais – DataFolha, CNT, VoxPopulis – apontam para a estagnação dos três principais candidatos à Presidência da República. As oscilações ocorridas estão dentro da margem de erro.

Contudo, a medida em que o cenário vai se materializando e as coligações sendo formadas, o quadro sucessório tende à polarização entre os candidatos Dilma Roussef (PT) e Aécio Neves (PSDB), por mais que haja três postulantes que liderando as pesquisas.

O terceiro postulante, Eduardo Campos (PSB), vive uma crise quase existencial. Nos dois principais Estados do país (RJ e SP) o PSB não terá candidato a Governador. Em São Paulo os socialistas irão apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) e no Rio de Janeiro a candidatura de Lindberg Farias (PT). Embora participe da chapa majoritária, a repercussão no eleitorado não é a mesma caso lançasse candidato ao governo. Em outros estados a situação será a mesma. A sua possível companheira de chapa, Marina Silva (Rede), declarou não concordar com esta tática eleitoral. Ela preferia candidaturas próprias.

Além disso, Eduardo Campos vai precisar sair de “cima do muro” e ser mais direto na exposição das ideias e propostas. Por mais que o marketing político seja importante, existe o limite imposto pela realidade. Esse papo de que é possível fazer mais e melhor, de que vai manter a estabilidade econômica conseguida no Governo de FHC, aliando aos avanços sociais do Governo Lula, etc., é mais embromação do que fato real. São projetos políticos antagônicos.

Fora esses dois motivos ainda percebo um terceiro. Situado, segundo as pesquisas, atrás de Dilma e de Aécio, Eduardo Campos vai precisar dizer para o eleitor porque ele é o candidato mais preparado e forte para disputar um eventual segundo turno contra Dilma. Para isso, ele vai ter que mostrar a sua diferença programática e de estilo em relação à Aécio Neves. Consequentemente, o papo de cavalheiros e a troca de gentilezas que tem marcado a relação entre ambos tende a desaparecer.

O quarto aspecto reside no fato de o candidato socialista ter um tempo de campanha na TV e no rádio – aproximadamente 2 minutos – bastante restrito, mesmo contando com o apoio oficial do PPS, PPL, PHS e PRP. Para quem precisa ter projeção nacional é muito pouco tempo para a exposição. Uma possibilidade é explorar a popularidade e a imagem de Marina Silva, mas isso pode ocasionar no atrofiamento da imagem de Eduardo Campos e fortalecer uma eventual concorrente na eleição de 2018.

Enfim, a situação política e eleitoral de Eduardo Campos não me parece ser das melhores. Espero estar enganado. O futuro nos dará o veredicto final.

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